16 de dezembro de 2011

UMA PEQUENA PARTE DA VIDA DE MÃE MARIA.

              No caminho, havia pedras... E as poças de água mostravam que a chuva tinha caído em demasia. E enquanto as pessoas dormiam, aqueles que acordados estavam sentiam que uma parte de Deus também adormecera. Pois, como era possível o Seu filho estar sacrificado, machucado, mutilado e morto?"
              Depois dos dias em que o Mestre foi crucificado, e havia entre os seus discípulos a evasão e entre os homens a mesquinharia do todo dia, havia em meu coração a sensação absoluta de perda. Eu sentia como se partes de mim tivessem sido amputadas e que ainda assim, teimosamente, eu sobrevivesse.
              E qual a mãe que não se sentiria da mesma forma, vendo um filho se perder? Um filho sem caminho, sem luz, sem amanhã. E eu como mãe, me envolvi num profundo manto de tristeza. Eu como mãe, me escondi num cobertor de sofrimento e amargura. Sentida eu estava, amargurada eu estava por pensar que aquele que por tantos morreu, era meu. Eu achava que ele era meu. Um homem feito, mas era meu.
              Palavras muito mais sábias do que as minhas; amor muito mais potente do que o meu; pés muito maiores do que os meus; mãos grandes e suaves, tão suaves, mais suaves do que as minhas. Mas ainda assim, eu achava que ele era meu. Tantas pessoas apaixonadas seguindo as palavras dele, beijando os seus pés, e eu achava que Ele era meu.
              Meu filho. Meu filho. Filho da minha carne. Eu me lembrava de como foi ser mãe; o que me ensinou a ser mãe. E eu me lembrava das dores; e eu me lembrava das alegrias e das brincadeiras. Eu me sentia mãe. Meu filho! Eu sentia aquela comoção que qualquer mãe sentiria. Porque eu era mãe! Não havia nenhum outro sentimento em mim, porque eu já havia sido filha... E quanto eu esqueci da minha mãe. E quanto eu esqueci do seu colo, do seu amor... E quanto eu perdi das suas lágrimas e dos seus conselhos... Mas agora eu era mãe. Naquele momento, a minha única identidade era a identidade de ser mãe. E eu pensava:
-         Deus, como você tira isso de mim? Eu não lhe pedi nada, eu só  quis amar;   ser mãe... Como Você me tira o meu filho... o meu amado filho?

Como esse Deus poderia permitir que tantos que amaram o meu filho chorassem lágrimas tão amargas como gotas de sangue? E ainda antes da ressurreição, eu chorava desesperada, envolvida no maior sofrimento. Sofrimento esse que só as   mães que perderam um filho podem conhecer. Outras mães não sabem o que é não ter mais a presença do filho, mais um sorriso de um filho, mais o olhar de um filho. O maior sacrifício é alguém perder um filho.
              E todos os dias passaram então a ser noite. E todas as noites passaram a não ter estrelas. E as madrugadas se tornaram mais frias, e os dias sem cor.
              Até que um Anjo, o mesmo que anunciou a chegada dele, apareceu na minha frente e perguntou-me:
-         Por que choras, Maria?
E eu disse: - Você me tirou o meu filho! Como aquele  que  o  mandou
pode fazer tamanho sofrimento? Eu sei da minha dor. Por quê? Eu me sinto tão pecadora como o pior dos pecadores. Eu me sinto a pedra mais pesada do que todas as pedras. Eu me sinto a mais indecente poeira. Eu me sinto o mais inferior dos inferiores seres... . E ele me disse:
-         Desperta Maria!
Desperta, porque sua  presença  será  associada  à  energia  do  próprio
Deus Criador. E serás conhecida como a Mãe do Filho de Deus. Desperta dos teus enganos. Abre os olhos, Maria. Abre os olhos para a tua luz espiritual.
              E eu disse:
- Que luz, se eu me vejo só cercada de  trevas?  Que caminho, se  eu não tenho mais as mãos dele para me guiar? Que vida, se eu me sinto morta?
              E, nesse momento, aquele Anjo tocou o meu coração. E eu senti que dele foi tirado um espinho, tão grande quanto uma espada. E aquela torrente de sofrimento jorrou de mim como sangue, esvaziando a minha dor. E assim, os meus olhos foram abertos. E, na minha frente, estava Ele. E eu não me senti mais mãe, porque ele era meu Pai, meu Irmão, meu Filho, meu Deus... Jesus!
              E toda a tristeza se acabou quando as doces mãos daquele que eu pensei ser meu na carne, mostrou-se ser meu no espírito. E eu vi que não possuía nada e ao mesmo tempo tinha tudo. E posso lhes dizer que vocês são meus porque os amo. Enquanto houver entre os homens um que ame a Deus, ali, naquele coração se manifestará a Presença Crística. Eu quero afirmar a vocês, que ainda duvidam da nossa presença: Lembre-se, por favor, que fomos homens. As instituições nos chamam de santos, tornando-nos intocáveis. Mas nós estamos próximos, porque nós somos homens.
              E quando choram as suas dores, e quando cantam as suas aflições, procurem lembrar da minha dor! Do meu coração lancetado, e da minha libertação. Porque foi nesse momento que eu me tornei Mãe Maria.
              Eu sou Maria e humildemente deixo a vocês as minhas bênçãos, o meu amor e a minha Luz, dizendo a vocês meus filhos: despertem para o NATAL em suas vidas. Despertem para o nascimento desse que hoje é meu pai, meu irmão, meu amigo, meu filho. Permitam que ele nasça no coração de vocês. E em cada passo quando crescer, sintam e vejam a presença desse Menino se tornando Homem em cada um de vocês.
              Porque aquele que me ensinou, ama.
              Por isso não pedimos adorações e altares. Nós sempre quisemos ser  seus irmãos, quisemos ser próximos, mãos quentes, carinho, afeição, segurança, amor.
              Eu estendo o meu manto e derramo as minhas bênçãos sobre cada um de vocês.
              Maria... a serviço da Chama Rubi. A serviço daquele que me ensinou a ser mãe e também a ser filha.
              Amém...”         
                                                  (Mensagem recebida em 16 de Dezembro de 1999. Não sei  a fonte)

2 comentários:

  1. Mensagem maravilhosa da Mãe Maria...nos dá alento porque ela em sua humildade se coloca no mesmo patamar que nós, dizendo que sofreu como nós, que chorou e ficou sem esperanças como muitas vezes nós ficamos....e por isso mesmo nos faz despertar para nossa verdadeira essência que é luz...obrigada querida mãe de Deus!

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